sábado, 21 de novembro de 2009

Quando Deus criou o mundo, o primeiro grande manifesto divino foi a escuridão, pois antes que houvesse a luz, havia o momento de sua ausência. Era a escuridão a primeira impressão que teve o mundo. A decisão de ter criado a luz não fez menor o momento de sua falta. Apenas colocou sua importância para o momento de descanso do homem. Não havia lá os demônios, pois naquele momento de criação divinal ainda não havia rebelião dos anjos, e não se havia jogado os demônios para as trevas. Era harmônica a relação cósmica entre a escuridão e a luz. A escuridão ainda era divina.

Fechavam-se, assim, os olhos orgulhosos do criador para o descanso do sétimo dia e, mais um dia havia passado. Era mais um dia. O mesmo sol que investe sua luz perante a pele humana, era o mesmo a torná-la mais escura, trazendo naquele momento a grande e tão inútil contradição. A luz tornava-se trevas e as trevas, luzes.

Libertando-se do sono que apreciava, era o momento de se levantar. Ainda divinamente noite, ainda às 4 horas da manhã.

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